1.
"Se eu te amo" de Álvares de Azevedo
Se
eu te amo, que é que tu me importas?
Eu
te amo, e não preciso de ti.
Renuncio
a ti, mas não aos meus ais,
Porque
eu te trago dentro em mim.
Não
és minha, nem eu sou teu;
Criatura
humana igual a mim.
Renuncio
a ti, mas não ao amor,
Que
é fogo que arde sem se ver.
Se
é dor o amor que sinto, amor,
Eu
sinto a dor que é o amor de ti.
Sofro,
mas não te quero menos,
Porque
eu te trago dentro em mim.
2.
"Marília de Dirceu" de Tomás Antônio Gonzaga
Ah!
se a minha Marília
Soubera
o que eu padeço,
Não
cuidara tão ligeira
De
um tão verdadeiro amor.
Que
eu morro abrasado em chamas,
Ela,
sem compaixão,
Sempre
fria, sempre ingratíssima,
Sempre
altiva, sempre sem amor.
Mas
se ela, se ela soubesse
O
que é dor, o que é saudade,
Se
ela ao menos uma vez
Sentisse
o que é padecer,
Não
seria tão cruel,
Não
seria tão ingrata,
E
fora a Marília amada,
Sempre
amada pelo bem-querer.
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